Além da solda, o gás argônio apresenta outras aplicações importantes para diferentes segmentos do mercado. Diante disso, é preciso conhecer as características desse gás a fim de compreender quando a substância pode ser a melhor opção.
Um exemplo prático é que o gás é altamente recomendado para solda de alumínios. Mas, qual é o motivo disso? Neste post, você vai conhecer mais sobre o gás argônio e suas características. Entenda como ele age e saiba quando pode ser uma alternativa para melhorar os processos e o custo-benefício da produção.
Confira a seguir os exemplos de como ele pode ser aplicado!
O que é gás argônio?
O argônio é um elemento químico, considerado um gás nobre. Além disso, é apontado em muitas referências como o gás nobre mais abundante da Terra, sendo 0,93% do volume de gases encontrados na atmosfera. Quimicamente, é representado pelo símbolo Ar e número atômico 18.
Descoberta e termo
O gás argônio foi descoberto pelo físico e químico franco-britânico Henry Cavendish, em 1785. Isso porque, ao analisar os componentes do ar, ele detectou a presença de outro elemento, o qual não sofria reação química.
Contudo, o argônio foi isolado e teve suas características comprovadas somente em 1894. Diante disso, vale destacar que argônio é uma derivação do grego “árgon”, termo que significa inativo — representando a inércia química identificada no elemento.
Como o gás argônio é encontrado?
O argônio é um elemento químico encontrado em seu estado gasoso na temperatura ambiente. Além disso, não apresenta cor, cheiro ou sabor.
Por ser um gás nobre, o argônio não pode ser gerado por reações químicas, apenas extraído de onde se encontra presente. Felizmente, o ar atmosférico possui em sua composição uma parcela não-desprezível de argônio (aproximadamente 0,93%) — o que permite que ele seja extraído e purificado através da destilação criogênica do ar.
Afinal, qual é a principal característica do gás argônio?
Assim como os outros gases nobres, o argônio evita que determinados materiais sofram oxidação e ação corrosiva. Por isso, é altamente recomendado para conservar materiais oxidáveis e como gás de proteção para soldas MIG (Metal Inert Gas) e TIG (Tungsten Inert Gas).
O gás argônio é tóxico?
Diferentemente de outros gases, como o dióxido de carbono, o argônio não é tóxico, mesmo em altas concentrações. Isso porque, por ser um gás nobre, ele não interage de forma alguma com o corpo humano. E ainda, pode ser estocado na maneira comprimida em cilindros de gás.
Para que serve o gás argônio?
As características do gás argônio permitem sua aplicação em diferentes situações. Vale destacar que muitas pessoas associam o elemento a soldas, mas a recomendação vai além desse objetivo. Veja os principais!
1. Solda
Muito usado na soldagem de alumínios, o gás argônio é indicado para soldas especiais que precisam de atmosfera protetora. Assim, diante da sua ação anticorrosiva, o argônio é um gás para solda que ajuda a proteger o processo dos efeitos oxidativos provocados pelas substâncias ativas do ar.
Em alguns casos, pode ser recomendada a mistura do argônio com CO2 para ter uma melhor penetração na chapa a ser soldada. Vale ressaltar que, embora aumente o nível de respingos, fumos de solda e oxidação superficial, a introdução de CO2 na mistura permite uma maior versatilidade e penetração em chapas de maior espessura.
Sendo assim, o argônio puro é comumente usado apenas para soldas de alumínio, cobre e titânio, enquanto misturas de argônio com CO2 são usadas para um range maior de materiais, especialmente aços.
2. Lâmpadas incandescentes, fluorescentes e neon
As lâmpadas fluorescentes são acionadas pela ionização de átomos de gás argônio. Já nas incandescentes, o elemento ajuda a evitar a oxidação do filamento de tungstênio, componente importante do modelo de lâmpadas.
Ainda, a iluminação neon, geralmente, é feita com uma mistura de argônio com outro gás. O hélio, por exemplo, é usado em uma iluminação com tons de rosa, enquanto o argônio é azul.
3. Vidros de paredes duplas
Além de evitar a ação corrosiva, o gás argônio apresenta propriedades térmicas. Isso acontece porque ele age como um isolante e diminui a absorção de calor, por apresentar uma densidade menor entre os vidros. Logo, o gás potencializa os efeitos dos vidros de paredes duplas.
4. Laser para medicina oftalmológica
Uma das aplicações do argônio é nos processos de fotocoagulação a laser em cirurgias oftalmológicas. O elemento é aplicado na forma de laser para coagular tecidos e recuperar lesões ocasionadas por doenças oculares, como a retinopatia diabética. Além da medicina oftalmológica, o é usado em procedimentos odontológicos.
5. Conservação de materiais oxidáveis
Esta característica do gás argônio é uma das principais, e é um dos motivos da sua ampla aplicação em diferentes objetivos. É importante reforçar que sua propriedade inerte é fundamental para que ele seja utilizado na conservação de materiais oxidáveis, por proteger as superfícies das substâncias ativas, capazes de promover oxidação.
Além disso, a ação anticorrosiva do gás argônio faz com que o elemento químico seja utilizado em peças e monumentos mantidos em museus, que precisam de produtos para protegê-los do desgaste do tempo, ocasionado pela oxidação.
6. Produção de cristais
Outra atuação peculiar do gás argônio é que ele pode ser utilizado para promover uma atmosfera protetora na formação de cristais de silício e de germânio — usados em chips de computadores.
7. Preservação do vinho
Essa, talvez, seja a aplicação do gás argônio menos conhecida. No mercado do vinho, o gás é utilizado nas máquinas de preservação da bebida, usadas em restaurantes que, além de garrafas fechadas, costumam oferecer vinhos em taças aos seus clientes. Com isso, tendo que manter garrafas já abertas em seus estoques.
O mecanismo injeta gás argônio assim que o vinho é servido, para que a bebida não entre em contato com o oxigênio e, assim, mantenha suas propriedades nas próximas taças que serão servidas. Na prática, por ser mais denso que o ar, o argônio permanece em uma camada acima da superfície da bebida, evitando o contato do vinho com o ar atmosférico.
8.Desgaseificação de alumínio fundido
O argônio é injetado no alumínio líquido antes da moldagem para eliminar as bolhas de ar que ficam "presas" no alumínio. Assim, é possível evitar que a superfície do metal moldado fique rugosa, por causa das bolhinhas de ar.
Percebeu como o gás argônio pode ser aplicado em diferentes situações? Da funilaria até as salas de cirurgias oftalmológicas, o elemento apresenta uma flexibilidade na recomendação de uso, diante das suas características.
Para conhecer opções de gases destinados a processos de soldagem, além do gás argônio, consulte o catálogo da Air Liquide!