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Dióxido de carbono em vinhos: impactos e usos

Saiba como a aplicação de dióxido de carbono pode influenciar na produção e qualidade dos vinhos.

Publicado em Outubro 03, 2023

5 minutos

Dióxido de carbono em vinhos: conheça os efeitos e usos para carbonatação e conservação

Do frescor à efervescência, a aplicação de dióxido de carbono (CO2) é uma técnica que combina tradição e inovação para criar bebidas que encantam os sentidos.

Neste texto, vamos explorar como este gás desempenha um papel fundamental na conservação e proteção dos vinhos, garantindo características e sabores únicos.

Como ocorre o processo de aplicação de CO2 em vinhos?

Embora conhecido principalmente como o gás que confere efervescência às bebidas carbonatadas, como cervejas e refrigerantes, o CO2 também pode ser aplicado de maneira controlada em diferentes estágios do processo de vinificação, dependendo dos objetivos desejados.

Algumas das principais formas de aplicação, incluem:

Fermentação Alcoólica

A fermentação alcoólica é o processo pelo qual as leveduras presentes no mosto (suco de uva fresco e esmagado) convertem os açúcares naturais presentes nas uvas em álcool etílico (álcool comum) e dióxido de carbono (CO2).

Os enólogos (profissionais especializados na produção de vinhos) têm a capacidade de gerenciar a quantidade de dióxido de carbono que é gerada durante a fermentação, podendo ser feita de duas maneiras: por meio do controle da temperatura no ambiente de fermentação ou pela vedação dos tanques.

Ao manter os tanques vedados, mais CO2 é retido, criando uma atmosfera protetora que ajuda a prevenir a oxidação indesejada do vinho.

Maceração Carbônica

A maceração carbônica é uma técnica específica que envolve a manipulação das uvas antes do início da fermentação.

Neste processo, as uvas são colocadas em um recipiente fechado ou um ambiente onde o CO2 está presente em alta concentração, podendo ser feito em um tanque de fermentação ou em uma câmara selada.

O dióxido de carbono atua como uma espécie de gás inerte que não apenas preenche o espaço, mas também age como um agente influente no processo.

Na maceração, ao invés de esperar que as leveduras naturais façam o trabalho, a pressão do gás e a ação das enzimas presentes nas uvas começam a romper as células, liberando os açúcares, dando início a uma fermentação "dentro" das próprias uvas.

Como as uvas não são esmagadas no início, os sabores e aromas se desenvolvem de maneira diferente, onde seus açúcares naturais são parcialmente convertidos em álcool, resultando em um vinho fresco, frequentemente de cor vibrante e sabor frutado.

Além disso, devido à fermentação dentro das uvas, há uma intensificação dos aromas, o que contribui para a característica leve e aromática desse tipo de vinho.

Carbonatação

A carbonatação é responsável por adicionar as bolhas características a bebidas como espumantes, champanhes e outros vinhos efervescentes. Essas bolhas são fundamentais na experiência de degustação, contribuindo para a sensação refrescante e complexidade aromática.

Nesta técnica, ao invés de confiar apenas na produção natural de CO2 durante a fermentação, como acontece nos vinhos tintos e brancos, o CO2 é introduzido de forma intencional começando com o que chamamos de "vinho base", que é o vinho inicial, ainda não carbonatado.

Neste caso, uma mistura é feita, envolvendo o vinho base, açúcares e leveduras, colocadas em um recipiente hermético, como uma garrafa ou um tanque de fermentação, que é selado para que o CO2 produzido não possa escapar.

Logo após, a fermentação acontece novamente, mas, ao contrário da fermentação alcoólica tradicional, o açúcar é convertido principalmente em álcool e CO2.

Como o recipiente está selado, o gás se dissolve no líquido, criando bolhas que caracterizam os vinhos espumantes. O açúcar restante também contribui para a doçura do vinho, variando de acordo com o estilo desejado.

Inertização

Esta técnica envolve o uso de dióxido de carbono como uma forma de proteger o vinho durante o processo de engarrafamento, reduzindo sua exposição ao oxigênio presente no interior da garrafa, já que ele pode ser prejudicial para a bebida ao longo do tempo.

Neste caso, o uso de CO2 cria uma barreira protetora entre o vinho e o oxigênio, preenchendo o espaço entre o líquido e a rolha, para minimizar a quantidade de oxigênio que pode entrar na garrafa, sendo especialmente importante em vinhos que serão armazenados por longos períodos.

A Influência do CO2

A aplicação de dióxido de carbono não apenas protege o vinho, mas também contribui para uma experiência sensorial enriquecedora.

Confira algumas características influenciadas pelo uso do gás:

  • Frescor: o CO2 preserva os aromas e sabores frescos das uvas, evitando a perda de componentes voláteis;
  • Efervescência: em vinhos espumantes, as bolhas de CO2 contribuem para uma sensação única na boca, realçando a textura;
  • Intensidade aromática: a maceração carbônica leva a vinhos com aromas frutados intensos, que se destacam e enriquecem a experiência olfativa;
  • Qualidade: ao minimizar a exposição ao oxigênio, o CO2 preserva a qualidade do vinho, garantindo que ele chegue à taça com o mesmo padrão de excelência.

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